sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Poema bobo sem rima nem verso sobre um trem sacolejante

O trem da vida vai passando, fazendo barulho sobre os trilhos envelhecidos da existência deste mundo. Eu sou sim apenas mais uma sacola sem dono no bagageiro deste trem, sem destaque, à qual nenhum passageiro dá atenção. Apesar da minha insignificância, os sacolejos do vagão me alegram, porque me fazem mudar de forma ao reorganizar - sem meu consentimento - o que há dentro de mim. Coisas esquecidas! Coisas que antes estavam acolá e agora estão aqui!

Ao final desta viagem meio sem destino, meio já traçada, todas as sacolas, malas, frasqueiras serão desembarcadas. Algumas vão reclamar das dores e do enjoo que o balanço do vagão lhes causou. Eu vou concordar com elas - que a viagem foi cansativa, que todas precisamos descansar -.

Mas por dentro, longe de todas as outras bagagens, vou sorrir ao lembrar quão divertida foi minha primeira e talvez única viagem.

Feliz 2012 para todas as sacolas, merendeiras, maletas e mochilas desta viagem!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

통신

Tô com saudades da comunicação de meio olhar, da regra do meia-palavra-basta. Saudades de bater minhas mãos e expressar uma ideia com isso.

나는 아이가 아녀도 왜 아이 처럼 말할 수밖에 없을까?

Quero dizer "meia" em vez de "seis", contar abrindo a mão dedo a dedo progressivamente, poder falar a mesma coisa de dez formas diferentes!

이상하게 들리지만 맞아도 왜 이해하지 못 할까?

ISSO NÃO TEM NENHUM TOM POÉTICO. SIMPLESMENTE ESTOU COM SAUDADES DE PODER DIZER 'TÔ'. DE ESCREVER EM MAIÚSCULA, DE PERDER A FORMALIDADE SEM PERDER A EDUCAÇÃO.

SAUDADES DA LÍNGUA PORTUGUESA FALADA PELOS BRASILEIROS, DA LÍNGUA PORTUGUESA FALADA PELOS PORTUGUESES, DA LÍNGUA PORTUGUESA FALADA PELOS ANGOLANOS, MOÇAMBIQUENHOS, CABO-VERDIANOS.

포르투갈어. 브라질어. 심장어. 마음어. 미술어. 사랑어.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Mudança

Um fato que ocorreu há alguns dias me deixou intrigado e pensando na vida. Uma amiga alemã minha voltou ao seu país e deixou vários sachês de chá comigo, que ela não teve tempo de beber. No princípio pensei "chá?", porque desde alguns anos atrás eu me tornei um viciado completo em café preto, cultuando a bebida quase como uma divindade do cotidiano.

Foi quando eu resolvi abrir um dos pacotinhos de chá verde, pôr água quente na xícara, fazer a infusão e começar a bebericar. Senti meu corpo relaxar com aquele momento, eu tomando uma xícara de chá sozinho no meu quarto. Desde então, há aproximadamente uma semana, tenho tomado bastante chá todo dia, e abandonei o café.

Isso é bastante bobo e sem relevância, mas me dei conta de que mudanças drásticas acontecem na vida de uma pessoa a qualquer momento. É interessante a maneira como ontem eu bebia café preto todo dia e agora me derreto por um chá, como alguém que joga tênis como hobby pode deixar totalmente de sentir prazer naquilo, como eu sinto que necessito uma pessoa aqui e agora hoje mas posso me esquecer dela em poucas semanas, meses, anos. No processo de mudança que ocorre em nossas vidas, praticamente a única coisa que conservamos é o nome que nossos pais nos deram quando nascemos. O tempo cura tudo, como dizem. Além de curar, ele também pode fazer com que você seja um milhão de pessoas diferentes nos seus breves 70, 80 anos de vida.

"Se hoje eu sou estrela, amanhã já se apagou. Se hoje eu te odeio, amanhã lhe tenho amor."

quarta-feira, 13 de julho de 2011

É?

"Eu te amo.
Vai ser tão estranho voltar e não te ver todo dia.
Vamos manter contato!
Ha ha ha ha!
Vamos ser amigos eternos.
Só mais uma.
Vamo, vamo lá! Só se vive uma vez!
Vou sentir muitas saudades.
Eu te amo."

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Tu es beau



Se pego tua foto
Curvas plásticas, rosto de vencedor, sorriso convencido
E queimo junto à minha
Um escarro dos fundos do pulmão preto da beleza
Nós dois nos tornamos as mesmas cinzas

切ない

Nem sempre estar sozinho é estar só
Nem sempre estar só é estar sozinho
Mas às vezes dá um medo de estar junto
De dividir a cama
De dividir o sorriso
De dividir a vida

Amar gente dói, gente amada cura
Dizer adeus é uma bala amarga de recheio doce
Nem todo sentimento tem nome
Às vezes fere, às vezes alivia
Setsunai.

Embora todos vêm e vão,
Eles não vão de verdade
Então por que não se ferir?
O que se perde com a ferida é a pele
E através da pele não passa nada
A água que importa
Vai toda pelo ralo

Sai sangue, o corte arde
Mas não é melhor do que não sentir?
Assusta, amedronta
Mas não é melhor do que não querer?

sábado, 4 de junho de 2011

Me deixa em paz





Eu tenho a capacidade de amar além das limitações que me impõem.
Eu acredito que semear o amor da forma que ele vier é muito melhor do que diferenciar quem deve ser amado de quem não deve.
Eu tenho a convicção de que atos de carinho não são exclusivos para esse ou aquele tipo de pessoa.
Eu creio na harmonia entre os mais diversos indivíduos.
Eu tenho conhecimento de que a convivência não é simples ou fácil, e que volta e meia teremos problemas;
Mas eu também sei que essas barreiras podem ser transpostas justamente com o amor que, em minha concepção, não deve ter fronteiras.
Eu não entendo como se podem renegar filhos, irmãos e amigos por quaisquer razões.
Eu também não consigo compreender como o que você demonstra ser, pensar e gostar pode ser usado contra você exatamente pelo fato de você ser diferente.
Eu não tenho dúvida de que há mais diversidade entre as pessoas do que as suas classificações científicas podem me dizer;
E eu sei que existem muitos que têm medo de caírem fora do molde dessas classificações e serem acusados de amorosos.

Em resumo, eu abomino a ideia de ver uma massa de pessoas incompreensivas tentando se separar de um grupo de pessoas cujo único pedido e única diferença é que as deixem em paz.

Não, isso é um poema. E este poema só quer ser deixado em paz.

domingo, 1 de maio de 2011

Nudez

Às vezes eu me pergunto porque a nudez é um tabu em tantas sociedades. E se nós andássemos nus por aí? Quem (ou quando se) teve a ideia de esconder a beleza ou a feiúra do corpo humano, exatamente na porção dos nossos corpos que gera novos seres humanos, que procria, que nos mantém existentes neste mundo?

Outra coisa interessante é como nós convencionamos nossos padrões de beleza física. Não ser forte ou ter os músculos à mostra é uma coisa muito mal vista em um homem; mulheres que têm um pouco mais de gordura no corpo do que o usual se consideram feias. Ter pêlos ou não é uma coisa que, apesar de variar de uma cultura para outra, também é determinante no julgamento de uma pessoa como atraente ou não atraente.

Falo isso porque acho que as pessoas deveriam ter mais contato e mais naturalidade com a (própria e alheia) nudez e com seu corpo. Não apenas "as pessoas", como se fosse uma entidade inexistente: eu também. É estranho como nós nos sentimos estranhos quando estamos nus, quando na verdade estamos somente despidos de tudo que é desnecessário, deixando só a essência aparecendo. Nós mesmos.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Pensamento de tabaco

Ele, sentado naquele banco, acende um cigarro
Bate o peito de cada pé contra o chão
E pensa
Pensa
Pensa
Pensa
(...)
Até perceber que, na verdade, ele não está pensando em nada
O que ele quer mesmo é sentir a brisa gelada
E esvaziar a cabeça à medida que o cigarro queima
Mas, então, ele começa a pensar
E pensa
Pensa
Pensa
(...)
Até se levantar, olhar em volta, ver as luzes da cidade do alto onde está
E parar de pensar.
Ele se senta novamente.
Um momento.
Mas então ele pensa que tem que pensar de novo
E pensa
Pensa
Pensa
Pensa
(...)
E não chega a solução alguma.
Ele joga o cigarro fora, pisa em cima dele, e compara sua existência à daquele toquinho de cigarro apagado, sendo esmagado por alguém que o usou.
Mas fazendo isso, ele está pensando.
E pensa,
Pensa
Pensa
Pensa
(...)
...E acende outro cigarro.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

O café ainda não esfriou!


Sei que tenho estado ausente deste blogue nos últimos meses - aliás, ausente de qualquer coisa que exija redação e abstração... -, mas gostaria de dizê-los que ainda tenho planos para a enferma existência deste endereço. Assim, quem quer que esteja lendo, seja apenas eu ou mais alguém, por favor, não desistam dele. Seguindo o "tema" (título) do blogue, deixo-lhes com a forma mais gostosa de servir um café: às 6:30 da manhã de uma segunda-feira, numa lancheriazinha perto da rodoviária, sendo sorvido por um trabalhador da construção civil cuja jornada de hoje vai longe...

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

ajevrec

Cerveja.
Cerveja.
Cerveja.
CERVEJA.
C E R V E J A.
C E R V E J A.
C E R V E J A.
C E R V E J A.



cerveja.



Cerveja?

Cerveja (!)

...

Cerveja.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Tijolo dolorido

Às vezes eu me sonho por aí. Por aí, gritando teu nome bem alto, cortando o véu da madrugada com minha voz trêmula que diz que te quer ver e não sabe dizer mais nada. Por aí, tropeçando em esquinas sujas, correndo por baixo de viadutos vazios, jogando pedras nas janelas de prédios abandonados. Nada aberto, nada funcionando, além dos prostíbulos da Riachuelo e das mulheres de garra da Farrapos. Dá vontade de chutar os mendigos com ira, como se partindo uma costela de Ninguém que não faz diferença para Ninguém eu me pudesse livrar de ti. Mas os mendigos, depois de sua jornada diária aguentando a vida sobre os ombros, não tem nada a ver comigo ou contigo. Isso me enraivece mais. Subo então no muro da Mauá, rastejo por debaixo da lua. Aquele aeromóvel inútil me faz lembrar que não há nada que eu possa fazer para te ver agora, te ver amanhã, te ver nunca mais. Mas quem se importa? Olha para mim. Eu não passo de um pequeno burguês qualquer, tendo uma fantasia qualquer sobre uma pessoa qualquer enquanto corro por uma Cidade Qualquer. E se eu subir o morro? E se eu envenenar o cachorro? E se eu bater minha cabeça contra a parede da prefeitura? E se as flores que eu lhe dei fossem mais bonitas? E se eu dirigisse o carro do ano? E se...E se? E se? Ici? Là-bas? Não sei. Acho que eu nunca soube, nem essas cobertas que eu afastei com o pé nem esse ventilador que não funciona direito me vão dizer.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Relógio

A pulseira do meu relógio estragou. É um relógio que eu tenho há no mínimo um ano, mas não lembro bem quando comprei. No visor, ele tem um pequeno espaço em que mostra o dia do mês. Como ele estragou, minha mãe resolveu tirá-lo do meu pulso para mandar arrumar, e me deu, provisoriamente, um relógio velho dela.

O curioso é que, exatamente onde o outro relógio mostra o dia do mês, este mostra os segundos passando. O que acontece é que, por vezes, eu me pego procurando que dia do mês é hoje e vendo os segundos passarem. Até perceber que aquilo não é o dia do mês, nem meu relógio, eu me assusto.

Uma coisa que me veio à cabeça é que, dependendo do ponto de vista, os dias do ano realmente passam na mesma velocidade em que os segundos correm em um minuto, uma hora, um dia. Volto a observar o tal relógio de feirinha, imaginando que aqueles segundos correndo são realmente os dias. E não são?

domingo, 9 de janeiro de 2011

Braz/sil, Brazil ou Brasil?

Ultimamente, um conjunto de fatos tem me incomodado sobre a maneira como as pessoas se relacionam com a cultura de uma forma geral nas capitais do Brasil. A indagação começou com Porto Alegre, onde vivo (e lá se foi meu anonimato geográfico planejado), mas logo percebi que esses "problemas" não estão de forma alguma restritos à minha cidade, e talvez nem mesmo restritos às capitais brasileiras, como disse, assolando todos os municípios do País. Sei que essa incerteza sobre a abrangência do objeto compromete a discussão, mas não estou aqui para achar problemas no problema, e sim examinar o(s) problema(s) principal(is).

Todas as capitais do Brasil, sobretudo as maiores, recebem influências culturais externas. Os sucessos das rádios norte-americanas tocam nos iPods brasileiros, as cores e modelos de roupa usados em Paris acabam chegando aos nossos shoppings e ruas, além de hábitos alimentares, expressões que nascem do inglês, etc. Isso é bastante forte entre jovens com poder aquisitivo, que hoje formam uma grande e importante parcela da população dessas cidades. Essas fontes estrangeiras de cultura acabam cedendo elementos que se misturam às nossas culturas locais e formam um produto novo, que pode ser bastante diferente dos seus dois ingredientes. Pode, mas também pode não ser.

O que me chama a atenção é que isso pode gerar um abandono ou mesmo uma recusa de símbolos culturais da cidade que poderiam servir muito bem para abrigar mesmo essa nova composição sócio-cultural originada da fusão do interno e do externo. Explico melhor. Nossas capitais possuem museus de arte contemporânea, universidades, arenas para shows, espaços públicos de manifestação, avenidas famosas e outros (aliás, o Brasil está bem servido desses, em vários aspectos). Talvez o que nos falta sejam artistas, historiadores, sociólogos, ativistas e arquitetos que se identifiquem com esses marcos. A velocidade com que as "combinações culturais" se desfazem e se refazem nos dias de hoje está muito aumentada, e essa alta velocidade de transformação pode ser a razão pela qual tenhamos esse déficit de identidade cultural. Afinal, mentes pensantes não são geradas em 2 ou 3 anos - o tempo que dura uma moda atualmente -, mas sim em uma geração completa.

O resultado? Não temos eventos ou símbolos unificadores. Temos bandas que tocam o mais puro britpop, mas não temos uma banda que saiba combinar habilmente os ritmos ingleses com a música local. Não temos artistas plásticos que saibam comunicar-se com o público brasileiro (mesmo esse que consome produtos culturais que unem o internacional e o nacional), mas temos vários que sabem agradar a críticos estrangeiros. Ou então pior ainda: nem se tenta imitar, nem mesmo mal, o que se vê em outros países. Consumimos diretamente da fonte, e é isso. Falimos voluntariamente a indústria cultural brasileira.

Dessa maneira, nossas casas de cultura, exposições de arte, monumentos e concertos já não servem mais para costurar entre as classes sociais, e o que ocorre é uma espécie de clivagem imperfeita entre as porções sociais mais altas - que consomem diretamente o que vem de fora - e as mais baixas - criando seus próprios símbolos e produções, que só dizem respeito a eles mesmos -, além de um resíduo confuso entre esses dois setores. Em vez de mesclarem-se os ingredientes, separam-se, e separam-se mal.

Antes que me chamem de purista e carrancudo, dou o aviso: as influências externas não são apenas potencialmente boas, como necessárias em nosso espaço. Quem se fecha a novidades de alhures acaba azedando a produção cultural regional. Todavia, não se pode subaproveitar o potencial de nossas capitais - nossas cidades, nosso povo, o que for - de engolir o estrangeiro e regurgitar o "novo nacional", como sempre fizeram. Não podemos aposentar os prédios antigos dos nossos centros, nossos teatros baratos, nossos cursos de artes cênicas e nossos artistas de rua.

Que falem inglês e sejam globalizados, mas sejam brasileiros ao fim do dia.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Clichês de utilidade pública

Tentamos, mas é difícil. A cada início de um novo ano, nós tendemos a cair nos mesmos clichês dos réveillons passados, como fazer sete pedidos (um para cada bolinha de nhoque ou para cada uva, dependendo da família). O espírito de renovação invade nossos cérebros e nós sentimos que tudo vai mudar no ano que acaba de começar. Perderemos 10 kg, beberemos menos cerveja, iremos mais vezes ao teatro, sorriremos mais. Acontece que, quando esse ano envelhece, nem nos lembramos do que prometemos a nós mesmos (e talvez a Deus, dependendo da pessoa), e isso tudo não serve para nada.

Não que isso seja um enorme problema. É melhor que tenhamos esperança e motivação do que sermos pessoas moribundas e reclamonas, eternamente decepcionadas com tudo à nossa volta. É só uma breve maneira de explicar melhor por que eu criei este blog.

Geralmente, como nos blogs passados, eu começaria com um post de boas-vindas, me apresentando de uma maneira bem curriculum vitae. Não vou fazer isso. Percebi que, quando digo o que eu estudo, minha idade ou a cidade onde vivo, forma-se um molde no qual nem sempre as minhas ideias cabem. Outro hábito comum meu é dizer que eu "estou criando esse blog para mim mesmo, já que ninguém vai ler". É óbvio que isso é só uma maneira de me consolar porque de fato ninguém vai ler; na realidade, eu sempre escrevo para um interlocutor. Uso essas ferramentas da internet, assim como amigos, como meus psicólogos grátis. Então desta vez eu afirmo: estou escrevendo para fora de mim, para esvaziar minha cabeça e para uma pessoa qualquer, num dia de ócio reflexivo, saber do que eu penso e pensar junto comigo.

Não sei bem qual é o objetivo desse blog. Melhor dizendo, ele não tem um objetivo concreto. O que eu sei é que às vezes eu sinto uma grande vontade de escrever alguma coisa e de ser lido, e não tenho um bom canal para fazer isso. Pode ser uma opinião política, um pensamento qualquer sobre a vida (a minha ou a dos outros...), uma estrofe que eu rabisquei no caderno, uma música que eu quero compartilhar. Acho que qualquer uma dessas coisas caberia aqui, então esperem por isso.

Estou em constante mudança, e sim, isso é um clichê que eu escolhi não evitar. Todos nós estamos, na verdade, sempre. Negar isso é loucura. O interessante, e angustiante ao mesmo tempo, é que isso faz com que eu (nós?) não saiba me definir bem. Sou agitado ou tranquilo? Gosto ou não gosto de vinho? Sou contra ou a favor da descriminalização de drogas ilícitas leves? Meu pensamento é itinerante e permeável, um canteiro de obras sempre sujeito a uma tempestade ou a uma greve.

Hoje é dia 3 de janeiro, e esse é o clichê máximo: criar um blog no início do ano. Dessa vez, contudo, não me importo se eu o excluir no dia 5 de janeiro ou daqui a 4 anos. O fato é que ele está aqui, sorrindo para mim e para vocês. Quem disse que relacionamentos curtos não podem ser tão bons quanto - ou melhores que - os longos?

O nome que eu escolhi, Le provoca un tinto?, é uma frase "dialetada" no espanhol de uma determinada região da Colômbia. O significado seria "você quer um café?". Eu gosto dessa frase porque ela me faz rir e me convida a um momento de pausa ao mesmo tempo.

Talvez seja isso que eu queira deste blog.