quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

ajevrec

Cerveja.
Cerveja.
Cerveja.
CERVEJA.
C E R V E J A.
C E R V E J A.
C E R V E J A.
C E R V E J A.



cerveja.



Cerveja?

Cerveja (!)

...

Cerveja.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Tijolo dolorido

Às vezes eu me sonho por aí. Por aí, gritando teu nome bem alto, cortando o véu da madrugada com minha voz trêmula que diz que te quer ver e não sabe dizer mais nada. Por aí, tropeçando em esquinas sujas, correndo por baixo de viadutos vazios, jogando pedras nas janelas de prédios abandonados. Nada aberto, nada funcionando, além dos prostíbulos da Riachuelo e das mulheres de garra da Farrapos. Dá vontade de chutar os mendigos com ira, como se partindo uma costela de Ninguém que não faz diferença para Ninguém eu me pudesse livrar de ti. Mas os mendigos, depois de sua jornada diária aguentando a vida sobre os ombros, não tem nada a ver comigo ou contigo. Isso me enraivece mais. Subo então no muro da Mauá, rastejo por debaixo da lua. Aquele aeromóvel inútil me faz lembrar que não há nada que eu possa fazer para te ver agora, te ver amanhã, te ver nunca mais. Mas quem se importa? Olha para mim. Eu não passo de um pequeno burguês qualquer, tendo uma fantasia qualquer sobre uma pessoa qualquer enquanto corro por uma Cidade Qualquer. E se eu subir o morro? E se eu envenenar o cachorro? E se eu bater minha cabeça contra a parede da prefeitura? E se as flores que eu lhe dei fossem mais bonitas? E se eu dirigisse o carro do ano? E se...E se? E se? Ici? Là-bas? Não sei. Acho que eu nunca soube, nem essas cobertas que eu afastei com o pé nem esse ventilador que não funciona direito me vão dizer.